quinta-feira, 1 de julho de 2010

Tudo sobre Conservação da Biodiversidade - V

Com a pressão do governo da Suécia sobre a ONU, por motivo de um
desastre ecológico da Baía de Minamata, no Japão, realizou-se, em 1972,
a Conferência de Estocolmo, uma reunião internacional sobre o meio
ambiente. Foi a primeira grande reunião intergovernamental para discutir
o assunto. No fim da Conferência surgiu o Programa de Meio Ambiente da
ONU e 113 nações se comprometeram a resolver seus problemas locais – a
Suécia, por exemplo, começou a agir contra a chuva ácida e o Japão iniciou
um programa de despoluição de sua costa. A partir desta apareceram mais
duas correntes do pensamento ambientalista: os zeristas e os marxistas.
Os zeristas, com as armas fornecidas pelo relatório de Meadows sobre os
Limites do Crescimento, propunham o crescimento zero para a economia
mundial respaldados em projeções computacionais sobre o crescimento
exponencial da população e do capital industrial, resultando em ciclos
negativos representados pelo esgotamento dos recursos naturais, poluição
ambiental e a fome. Assim previam o caos mundial em menos de quatro
gerações.


Já os marxistas, embasados na contribuição no mesmo ano de Goldsmith
et alii e o Manifesto pela Sobrevivência, atribuíam a culpa ao sistema
capitalista e ao consumismo da ideologia do supérfluo, provocando
a banalização das necessidades e a pressão irresponsável sobre o
meio ambiente, obtendo como subproduto do crescimento industrial a
degradação ambiental. Os marxistas franceses à mesma época propõem
a mudança do modo de produção e consumo, fundamentados em uma
ecologia com ótica socialista, que abandone a produção de gadgets
(baseada no excesso) pela produção de bens necessários, transformando
o trabalho árduo em trabalho criador, reduzindo este para aumentar o
lazer cultural e a relação ecológica do homem com o meio ambiente.
Os ecologistas mais radicais se inspiram no livro Gaia, publicado em 1979
pelo cientista James Lovelock, que descreve o planeta como um organismo
único, em que cada ser vivo é tão importante quanto qualquer outro. Com
uma visão universal e baseados em uma compreensão ecológica do planeta,
os fundamentalistas deixam de lado o antropocentrismo em nome de uma
interpretação ecocêntrica, vendo a Terra como um enorme organismo
vivo, parte de outro universal e maior, onde o homem é uma das formas
de vida existente, não possuindo assim qualquer direito de ameaçar a
sobrevivência de outras criaturas ou o equilíbrio ecológico do organismo.

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