quinta-feira, 8 de julho de 2010

Biodiversidade e muita música no Jardim Botânico

Por Irlam Rocha Lima
Correio Braziliense Publicação: 08/07/2010 10:55

O I Fórum de Biodiversidade das Américas, que ocorre em Brasília desde segunda-feira, chega ao final hoje, às 21h, com o show Sons do planeta, no anfiteatro do Jardim Botânico, que reunirá os artistas brasilienses Rubi, Greice Ive, Ellen Oléria, Sonora Chama e Os Mocambos, o baiano Luiz Miranda e o caboverdiano Hélio Ramalho. Com entrada franca, o evento apresentará, também, exposições temáticas relativas ao encontro.

Destaque da programação do Sons do planeta, o goiano Rubi, formado na cidade pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, está radicado em São Paulo desde 1992, e lá desenvolve carreira como cantor e ator, já tendo lançado três discos solo. O repertório de Paisagem humana, CD mais recente, de três anos atrás, pelo selo Eldorado, servirá de base para o show desta noite.

Na companhia de Estevan Sinkovitz (guitarra e violão), Luciano Barros (contrabaixo, violão sete cordas), Luís Gayotto (percussão e guitarra) - todos fazem backing vocal -, o cantor interpretará canções como Gira dos meninos (Ceumar e Sérgio Pererê), Mortal loucura (José Miguel Wisnik), Santana (Júnior Barreto), Vai desabar (Gero Camilo), Barco negro (David Mourão - Ferreira, Caco Velho e Piratini) e Fica comigo esta noite (Adelino Moreira), entre outras.

Rubi acaba de retornar de Buenos Aires, onde participou do projeto Rumbos musical del sur, dividindo o palco do Teatro 25 de Maio com as cantoras argentinas Liliana Herrero e Veronica Candomi. "Foi uma experiência incrível, que me deixou muito emocionado. O teatro, de 700 lugares, no bairro de Villa Urquiza, esteve lotado nas duas apresentações e fui acolhido com aplausos calorosos e muito carinho pelos argentinos", comemora.

Embora Paisagem humana seja o show que está fazendo atualmente, o que ele mostrou em Buenos Aires foi o Infinito portátil, com o qual participou do projeto Itaú Cultural e que gerou um DVD. "É um show antigo, com boa repercussão, inclusive em Brasília, quando foi apresentado na Sala Cássia Eller da Funarte".

Além do trabalho com a música, Rubi tem se dedicado também ao teatro como um dos integrantes do grupo Banda Mirim, do qual é um dos fundadores. A companhia é formada por artistas de diversas áreas, que desenvolvem projetos voltados para o público infantil. "Somos 11 e, entre nós, há pessoas ligadas ao circo, à dança, ao teatro e, claro, à música e atualmente estamos em cartaz com a peça Espoleta, de Marcelo Romagnolli, autor e diretor do espetáculo", explica.

Com trajetória iniciada na década de 1980, Rubi foi contemporâneo de Cássia Eller, com quem dividiu o palco no bar Bom Demais, de saudosa memória. Um momento marcante em sua carreira, ainda na capital, foi o show Negro, anjo azul, dirigido por Ricardo Torres. Já em São Paulo, além fazer vários shows e participar de espetáculos teatrais, lançou os CDs Rubi (1998), Infinito portátil (2005), pelo selo Sete sóis; e o Paisagem humana. Os dois últimos serão autografados depois do show no Jardim Botânico.

Ouça trecho da música Gira dos meninos, com Rubi

Multiplicidade de ritmos

As outras atrações do Sons do planeta são o ator baiano Luiz Miranda, que vai exibir sua faceta de cantor; o multi-instrumentista, compositor e arranjador caboverdiano Hélio Ramalho, que no Brasil tem participado de festivais de música no Paraná, em São Paulo e no Rio de Janeiro, com a banda Sarabudja, da qual é fundador.

Destaque também para as cantoras brasilienses Greice Ive, que lançou, pelo selo Indie Records, o CD Ao som de Greice Ive, produzido pelo tecladista candango Marco Brito; e Ellen Oléria, uma das maiores revelações da música do Distrito Federal, vencedora de vários festivais (incluindo o Prêmio Sesc de Música Tom Jobim), com um disco lançado.

Haverá, ainda, a apresentação de duas bandas locais. Uma é a Sonora Chama, integrada por Dands, Deco e Robert, que mescla em seu trabalho influências da cultura ibérica (fado e flamenco), o som nativo dos Andes e elementos do rock%u2019n%u2019roll, com a velha e boa MPB. O trio tem o disco lançado, sob o título de Sem fronteira. A outra, Os Mocambos, formada pelos primos Sergei Quintas Filho e Eduardo Quinta Fittipaldi, promove a mistura de gêneros latinos com a black music e ritmos nordestinos.

HOJE: exposição e shows gratuitos no 1º Fórum de Biodiversidade das Américas


Hoje no Jardim Botânico de Brasília (JBB) às 18h30 abertura da Exposição "Na Linha do Cerrado" de Ana Cartaxo e às 21h, haverá shows com Rubi, Greice Ive, Luiz Miranda, Ellen Oléria, Hélio Ramalho, Sonora Chama e Os Mocambos.

Local:Jardim Botânico de Brasília (QI 23, Lago Sul)
Hora: 21h
Entrada franca
Classificação indicativa livre

Países do Mercosul discutem Biodiversidade em Brasília

I Fórum de Biodiversidade das Américas reúne cientistas, políticos e gestores públicos para discutir proteção da diversidade biológica na América Latina

Estadao.com
Por Karina Ninni

Representantes de países do Mercosul, como Argentina, Paraguai e Uruguai, estão reunidos com cientistas e gestores brasileiros desde segunda-feira no I Fórum de Biodiversidade das Américas, em Brasília, evento que também marca a 19ª Reunião dos Jardins Botânicos Brasileiros. O encontro, coordenado pelo Jardim Botânico de Brasília, termina na sexta-feira e tem como objetivo a troca de experiências, a discussão de soluções e a elaboração de uma agenda comum de conservação da biodiversidade.

"Nestes dois primeiros dias de encontro, o foco da discussão foi a inclusão da questão da biodiversidade na agenda do Parlamento do Mercosul", resumiu Dácio Roberto Matheus, presidente da Rede Brasileira de Jardins Botânicos. Segundo ele, uma demanda comum entre os vários países participantes do evento foi a manutenção de áreas representativas dos diversos ecossistemas da região e a elaboração de tratados comuns de comercialização de espécies de fauna e flora. "Isso exige uma agenda integrada", diz Matheus.

A secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Maria Cecília Wey de Brito, citou a contribuição do Brasil com 75% das áreas protegidas criadas no mundo nos últimos oito anos e os primeiros resultados do monitoramento dos biomas por satélite, que contribuem para políticas de combate ao desmatamento.

"Já foram divulgados os dados de Cerrado, Caatinga e Pantanal, e devem ser anunciados, ainda este ano, os dados de Pampa e Mata Atlântica", disse Maria Cecília.

Outro avanço citado pela secretária de Biodiversidade e Florestas é a discussão de um protocolo internacional sobre acesso e repartição de benefícios oriundos do uso da biodiversidade, que deverá ser apresentado em outubro deste ano em Nagoya, no Japão, durante a 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).

Maria Cecília, porém, alertou para um problema que, em sua opinião, deve ser discutido com mais calma durante o evento. "Os países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica se colocaram metas, mas nem sempre conseguem cumpri-las. Agora, deverão discutir novas metas para o decênio 2010-2020, mas têm de dar um jeito de alcançar a metas propostas".

A CDB é o principal fórum mundial na definição do marco legal e político para temas e questões relacionados à biodiversidade (168 países assinaram a CDB e 188 países já a ratificaram, tendo estes se tornado Parte da Convenção). O Brasil foi o primeiro país a assinar a Convenção sobre Diversidade Biológica, resultado direto da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - CNUMAD (Rio 92).

"As políticas propopstas pela CDB também norteiam as ações dos Jardins Botânicos brasileiros, que são fundamentais para a conservação da biodiversidade, pois são os últimos redutos de coleções científicas que incluem plantas ameaçadas de extinção", esclarece Matheus.

Ele afirma que dos 35 Jardins Botânicos brasileiros, a maioria é municipal, o que faz com que a administração desses parques sofra descontinuidades, muitas vezes provocadas por mudança de governos e falta de recursos. "Dos 35, apenas seis têm uma equipe própria de pesquisadores, embora todos procurem manter uma agenda de pesquisas, muitas vezes em parcerias com universidades e instituições afins", diz Matheus.

Segundo ele, o encontro em Brasília é importante porque os Jardins Botânicos deverão discutir a revisão do Plano de Ação proposto para o período 2010-2020. "Por isso, convidamos alguns representantes latino-americanos que podem nos relatar experiências exitosas, e aprender com as nossas também", acredita.

Para Maria Cecília, o fato do evento ser realizado na capital federal amplia o âmbito do discurso. "Um evento em Brasília chama a atenção e pode levar o debate para outras instâncias", conclui.

Tópicos: Biodiversidade, Fórum, Américas, Brasília, Jardins botânicos, Vida &, Planeta

quarta-feira, 7 de julho de 2010

CERRADO COMEMORA APROVAÇÃO DA PEC DO CERRADO NO I FÓRUM DE BIODIVERSIDADE DAS AMÉRICAS

PEC que inclui Cerrado e Caatinga entre os biomas considerados patrimônio nacional foi aprovada agora à noite na Câmara dos Deputados

Há 11 anos tramitando nos corredores do Congresso, saí finalmente a lei que protege áreas ameaçadas do cerrado. Desde segunda-feira, ambientalistas de todo o continente estão discutindo com o Congresso Nacional a aprovação de leis ambientais diversas: nesta noite eles anunciam a aprovação da PEC do Cerrado. O Projeto de Emenda Constitucional garante a proteção e preservação de áreas do bioma.
Esta é uma vitória de onze anos, encampada por entidades de todo o Brasil e países vizinhos e pelo Fórum de Biodiversidade das Américas.
A votação aconteceu durante todo o dia, quando uma comissão mista da Câmara dos Deputados e do Senado Federal apresentou argumentos finais e um abaixo-assinado que reuniu, no Fórum, as assinaturas de vários ambientalistas.
O texto da Constituição de 1998 não reconhecia do Cerrado como patrimônio Nacional, deixando de fora da proteção legal o bioma. O título era destinado até então apenas às florestas amazônica e atlântica.
Em razão desta falha na Lei, grande parte de áreas que deveriam ser legalmente protegidas estavam sendo destinadas à monocultura, pecuária extensiva e ao uso da vegetação para fabricação de carvão, subsistindo ainda empreendimentos de grande porte e elevado impacto - todas essas práticas destrutivas.

I Seminário de Biodiversidade do Mercosul discute a importância da integração e consolidação do bloco

Os palestrantes do I Seminário de Biodiversidade do Mercosul , realizado nesta terça-feira, 06, discutem a importância da consolidação do bloco econômico para viabilizar,dentro da política internacional, soluções concretas e disposição de recursos para a biodiversidade. O primeiro painel de debates aborda a temática do Parlamento do Mercosul na Conservação da Biodiversidade. Palestraram neste primeiro painel o presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul José Paulo Tóffano (PV-SP), o senador Geraldo Mesquita Junior (PMDB-AC), senador Carmelo Benitez (Paraguai), Luizalice Labarrèli (IBRAM) e o argentino Dr. Alejandro Perroti.Tóffano contextualiza o papel do Parlamento do Mercosul, através de sua estrutura, para esclarecer quais aspectos são aplicáveis em benefício das questões ambientais. “Os países têm muito mais a oferecer do que apenas uma situação financeira”, explica. Levando em consideração a experiência de educador ambiental, o presidente discute a importância de transformar o processo de educação, levando o aluno à experiências reais e aproveitamento dos recursos externos ao ambiente escolar. “ Fico em pânico quando dizem para levar o aluno para a sala de aula em período integral. Vamos levar os alunos ao Jardim Botânico, praças, conhecer rios, nascentes... Uma educação libertadora”, conclui.
A abordagem provocativa fica por conta do senador Geraldo Mesquita Junior,
membro do Parlamento do Mercosul, que enfrenta os posicionamentos críticos de
técnicos, cientistas e ambientalistas, justificando a importância do trabalho político para direcionar às discussões de meio ambiente e desenvolvimento sustentável. “O Mercosul ainda é um amontoado que reúne quatro países e os associados, mas ainda não temos consciência do que isto representa para o bloco”, argumenta. O trabalho do parlamentar do mercosul é garantir estas condições e , segundo o senador, “fazer com que o Mercosul se volte para questões ambientais, que assegurem condições e melhoria de vida das pessoas”. O senador Carmelo Benitez (Paraguai) e o Dr. Alejandro Perroti (Argentina) apontaram às questões de integração e a importância de consolidar o Mercosul. “Sem integração o Mercosul não serve para nada”, diz Benitez. O especialista em assuntos ambientais na política Mercosul , o Dr. Alejandro Perroti, finalizou o painel propondo reacender as negociações para o Acordo do Aquífero Guarani e as ações necessárias no Mercosul para uma legislação
consolidada: levantamentos de biodiversidade por país, obrigações de conservação,
uso sustentável dos componentes de biodiversidade, entre outros pontos . “São
aspectos importantes para consolidar o Mercosul”, completa.


Crédito/fotos: Gil Pereyra


Segundo Painel:

A abordagem mais técnica ficou para o segundo painel, quando palestraram
Lídio Coradim (Ministério do Meio Ambiente), Liliana Delfino ( curadora do herbário do Jardim Botânico de Montevideo), Dácio Roberto Matheus (Presidente da Rede de
Jardins Botânicos), o ambientalista Donizete Tokarski (ONG ECODATA) e o Dr.
Joaquim Machado (Depto. Geociência da UNICAMP).O tema discutido foi Legislação e
Biodiversidade: Conservação e uso Sustentável e repartição de benefícios.
O evento integra o I Forum de Biodiversidade das Américas, promovido em parceria
com o Jardim Botânico de Brasília e a Rede Brasileira de Jardins Botânicos .
Estudantes, cientistas, juristas, políticos e a sociedade em geral tiveram oportunidade de dialogar e levantar tópicos em busca das soluções para o uso sustentável e a conservação da biodiversidade considerando aspectos políticos, éticos, sociais, econômicos e legislativos.


Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul

RELEASE PARA A IMPRENSA


O Museu Nacional da República receberá nesta segunda-feira caravanas de todo lugar para o I Fórum de Biodiversidade das Américas.

Exposição de pPoteiro e pronunciamentos internacionais abrem encontro.

Cineasta irá documentar o encontro e a campanha "O que você faz pelo planeta?"


AS AMÉRICAS RESPONDEM O QUE FAZEM PELO PLANETA

Na tarde da próxima segunda-feira, dia 05, reunirão milhares de representantes ambientais de todo o mundo, em especial das Américas, para o início do I Fórum de Biodiversidade no continente, com abertura no Museu da República. Parlamento do Mercosul, Unesco, MMA, MCT e Senado Federal são alguns dos órgãos envolvidos, coordenados pelo Jardim Botânico de Brasília neste projeto que lançou a campanha ‘’O que você faz pelo Planeta?”.

A abertura lança também a exposição ''O Brasil de Poteiro'', com obras do artista que ilustrou tão bem a biodiversidade do continente.

O cineasta João Amorim ( diretor premiado, que lançou 2010: Tempo de Mudanças, nos EUA), veio fazer a cobertura e a edição de um documentário sobre o encontro.
O movimento, que acontecerá entre 5 e 9 de julho, marca
este Ano da Biodiversidade com o incentivo à participação de instituições e de representantes da comunidade civil na apresentação de soluções simples para os problemas ambientais da atualidade.

O diferencial do Fórum será justamente a busca coletiva de soluções para a crise ambiental. Ou seja: o encontro não terá como foco a discussão de problemas ambientais da atualidade, mas a forma de resolvê-los em sociedade.

A pergunta central da campanha já se transformou em um eco que ligará os biomas nos continentes e as respostas serão consolidadas em um guia de sustentabilidade editado em três idiomas para envio a aldeias, povoados, municípios e metrópoles.

Alguns dos exemplos de soluções são a utilização de histórias e cantigas populares na educação, o treinamento de orientadores ambientais, o artesanato sustentável, o manejo adequado de espécies e publicações sobre alimentação alternativa e de baixo custo. O objetivo é o de contornar questões como a fome, agravada pelo desconhecimento dos recursos naturais renováveis e contribuir com a biodiversidade.

O evento foi aprovado pelo Parlamento do Mercosul durante plenária executiva em Montevidéu, Uruguai, fazendo da capital brasileira, centro de decisões continentais sobre o tema e anunciado em fevereiro pela Câmara dos Deputados. Dentro do Fórum, acontecerão mais dois encontros: o I Seminário de Biodiversidade do Mercosul e a 19ª Reunião da Rede Brasileira de Jardins Botânicos.

A proposta apresentada pelo Jardim Botânico de Brasília tem como ponto forte o fato de que as principais florestas tropicais do mundo encontram-se nas Américas Central e do Sul, sem a necessária representatividade continental. A aprovação deste novo encontro representa um salto positivo nas questões ambientais neste âmbito, já que alguns países não aderiram integralmente aos protocolos estabelecidos pela ONU. Atualmente, as grandes discussões sobre temas ambientais do planeta ocorrem no continente Europeu: a nova proposta sugere uma mudança neste paradigma.

Uma das linhas de atuação do Fórum é a ajuda prioritária a países com graves sequelas ambientais como o Haiti, que registra uma perda territorial de camada vegetal de mais de 90%. Quando ocorreu o primeiro terremoto, deixando incontáveis mortos e desabrigados, o grupo optou pelo apoio emergencial ao país, fazendo com que o Jardim Botânico de Brasília promovesse, no dia 17 de março, o show ‘Fraternidade ao Haiti’, evento que também comemorou os 25 anos do Jardim Botânico de Brasília e que arrecadou milhões de reais, diretamente na conta do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

QUEM IRÁ PARTICIPAR DO FÓRUM?
Pessoas inscritas e convidados de diversas áreas. Em geral, representantes sociais, que mobilizam projetos e causas ambientais. Dentre estes, ambientalistas, pesquisadores, educadores, parlamentares, grupos institucionais, coordenadores de ONG’s, líderes de movimentos sociais e comunitários e profissionais ligados às questões ambientais.

QUE ATIVIDADES ESTÃO PREVISTAS NA PROGRAMAÇÃO E EM QUE LOCAIS SERÃO REALIZADAS?
Assinaturas de termos de cooperação, lançamentos de publicações ambientais, círculos temáticos, grupos de trabalho, palestras, oficinas e vivências.
A abertura acontecerá no Museu da República, os principais trabalhos no Senado Federal e Escola de Administração Fazendária e as vivências no Jardim Botânico de Brasília

COMO ESTÁ ACONTECENDO A CAMPANHA ‘O QUE VOCÊ FAZ PELO PLANETA? QUE TIPO DE RESPOSTAS SÃO VÁLIDAS?
Os órgãos envolvidos estão enviando informações digitais a endereços virtuais de todo o país e disponibilizando o endereço virtual do fórum para envio de soluções.
Em Brasília, as principais agências de notícias estão divulgando a campanha para todo o Brasil.

São válidas ações simples e inovadoras, que cooperem com a biodiversidade e que possam ser aplicadas em qualquer ponto do planeta. Alguns dos exemplos são as cooperativas, projetos pedagógicos, publicações e descobertas individuais ou coletivas. Os temas podem variar: pesquisa, reciclagem, educação ambiental, ação comunitária, arte e cultura e outros. Os endereços virtuais para informações e envio de soluções são www.biodiversidadedasamericas.blogspot.com biodiversidadedasamericas@gmail.com

Uma das linhas de atuação do Fórum é a ajuda prioritária a países com graves sequelas ambientais como o Haiti, que registra uma perda territorial de camada vegetal de mais de 90%. Quando ocorreu o primeiro terremoto, deixando incontáveis mortos e desabrigados, o grupo optou pelo apoio emergencial ao país, fazendo com que o Jardim Botânico de Brasília promovesse, no dia 17 de março, o show ‘Fraternidade ao Haiti’, evento que também comemorou os 25 anos do Jardim Botânico de Brasília e que arrecadou milhões de reais, diretamente na conta do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

MMA DÁ EXEMPLO DE SOLUÇÃO AMBIENTAL COM CAMPANHA 'SACO É UM SACO''

A campanha Saco é um Saco, do Ministério do Meio Ambiente, propõe que a sociedade recuse as sacolas plásticas sempre que possível, reutilize as poucas que pegar para descartar o lixo, por exemplo, e volte a utilizar as sacolas retornáveis, mais resistentes e que podem ser utilizadas inúmeras vezes. O intuito é alertar a população sobre a importância de reduzir o consumo de sacolas plásticas para auxiliar na preservação do meio ambiente e de nossa qualidade de vida. A campanha de conscientização acredita no poder de decisão do consumidor e em sua capacidade transformadora de hábitos e atitudes.

O vídeo da campanha da campanha Saco é um Saco tem 30 segundos e mostra uma sacola plástica voando ao som de Mozart. O final do filme, no entanto, traz a reflexão: "O homem é o único animal da natureza que consegue ver beleza na poluição". As imagens estão disponíveis em

www.sacoeumsaco.com.br

www.sacoeumsaco.com.br/blog/

e no canal do Youtube

www.youtube.com/sacoeumsaco

HAVERÁ ALGUMA AÇÃO APÓS O ENVIO DE SOLUÇÕES?
Após a realização do Fórum, entre 5 e 9 de julho, uma comissão editorial será reunida para avaliar cada solução, buscando o formato ideal de publicação de um guia, com o objetivo de editá-lo de modo que possa ser enviado a comunidades, municípios e países da América.

COMO AS SOLUÇÕES SERÃO PESQUISADAS DEPOIS DO FÓRUM?
Haverá um índice de problemas ambientais e suas soluções editados de maneira simplificada e acessível.

SOLUÇÕES AMBIENTAIS JÁ PODEM SER ENVIADAS PARA O FÓRUM DE BIODIVERSIDADE DAS AMÉRICAS

Qualquer pessoa interessada em postar uma solução ambiental poderá obter informações de como registrar seu projeto através destes endereços virtuais:
www.biodiversidadedasaméricas@blogspot.com biodiversidadedasamericas@gmail.com

Jardim Botânico de Brasília
Fone: (61) 3366 3831

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Tudo sobre Conservação da Biodiversidade - VII

Surgiu também a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). Dos 175 países que assinaram a CDB, em 1992, no Rio de Janeiro, 168 confirmaram a disposição de respeitá-la, incluindo o Brasil. A CDB parte do pressuposto de que a biodiversidade deve ser uma preocupação comum da humanidade. A convenção estabelece objetivos a serem atingidos pelas partes, devendo cada país determinar como implantá-la para proteger e usar a sua biodiversidade. O alcance da CDB vai além da conservação e
utilização sustentável da diversidade biológica. Ela objetiva, também, a distribuição justa e eqüitativa dos benefícios gerados pelo seu uso. Várias ações têm sido desenvolvidas para se atender à CDB e conhecer melhor a biodiversidade, entre elas o fortalecimento de institutos de pesquisas. Uma vez que O Brasil é o considerado o país da "megadiversidade", por concentrar 20% das espécies conhecidas no mundo. O próximo grande encontro ambiental aconteceu dez anos depois, com a
RIO+10, Reunião Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável na qual governos de todo mundo, agências das Nações Unidas, instituições financeiras e outros atores encontraram-se em Johannesburg, África do Sul. O objetivo foi avaliar mudanças ocorridas nos dez anos passados desde a reunião do Rio de Janeiro, quando se reconheceu internacionalmente que a proteção do meio ambiente e o manejo dos recursos naturais precisam ser integrados com assuntos socioeconômicos como pobreza e
subdesenvolvimento. Algumas das conclusões atuais sobre conservacionismo indicam
que somente a utilização racional dos recursos naturais não basta. O conservacionismo é uma atitude necessária, mas insuficiente. Além do uso racional da natureza, isto é, pelo maior tempo possível e beneficiando o maior número de pessoas, é necessário também preservá-la, resguardá-la tal como ela ainda existe em certas áreas. Daí ter surgido a idéia de patrimônio cultural e ecológico da humanidade. São paisagens culturais ou obras de cultura que possuem um valor inestimável; por exemplo, um rico ecossistema, uma cidade ou um monumento que retratem ou simbolizem uma época ou uma civilização.



Com a industrialização e a chamada vida moderna, tudo se transforma, tudo é constantemente modificado em nome do “progresso”. As memórias do passado e a diversidade criada pela natureza são destruídas a cada dia. Não se respeita nem a História - as tradições e obras das gerações anteriores - nem a natureza (os ecossistemas em diversidade), para que as futuras gerações tenham uma idéia da riqueza do que foi produzido no planeta. Para que sobrevivam amostras de todos os valores produzidos pela natureza ou pela História, é necessário definir esses patrimônios, que são áreas consideras intocadas, protegidas, resguardadas contra a ambição do lucro do comércio. O estabelecimento de áreas tombadas ou protegidas
pelo poder público um avanço na defesa da natureza e das obras artísticas, rquitetônicas ou urbanísticas importantes do passado. Sem essa proteção, tais obras estariam condenadas à destruição para dar lucro a alguns. Em 2010, a Organização das Nações Unidas realizou a COP 15, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Copenhague, Dinamarca. O encontro reuniu líderes mundiais para
discutir como reagir a mudanças como o aquecimento e foi precedido por um congresso científico, no qual cento e noventa e duas nações foram representadas. A reunião foi considerada pela imprensa mundial como uma conferência um tanto polêmica e que não atingiu os planos de discussão almejados devido à falta de cooperação de alguns dos países mais desenvolvidos. Muitos Jardins Botânicos e Reservas de todo o mundo são beneficiados por estes encontros, protocolos, movimentos e estratégias. Por meio
destes, o patrimônio natural e as pesquisas de fauna e flora ficam garantidos e resguardados. Os acordos também dão margem para a criação de verdadeiros laboratórios vivos dentro de cada unidade. No Jardim Botânico de Brasília, O Fórum de Biodiversidade das Américas, marcado para julho, será o marco da luta pela sustentabilidade. Recentemente, a Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia
– OTCA realizou encontro com representantes diplomáticos e a Organização das Nações Unidas – ONU elegeu o JBB como espaço representativo de encontros ambientais, ocasião que ficou marcada pela inauguração de um relógio de sol no Centro de Visitantes. A constante realização de encontros para construir um desenvolvimento social equitativo sem degradação e a propagação de práticas de simplicidade
voluntária são outros importantes atributos incluídos no trabalho da
equipe. Um outro aspecto fundamental dos programas gerais tem sido a inclusão,
em Planejamento Estratégico, da meta de criação de políticas públicas para a preservação da biodiversidade. Assim sendo, o Jardim Botânico de Brasília tem realizado importantes alianças, bem como marcado presença nas ações do Congresso Nacional e Parlamento do Mercosul.

Tudo sobre Conservação da Biodiversidade - VI

Para James Lovelock a Terra é Gaia, nome que dá ao planeta, capaz de reações contrárias às agressões humanas. Segundo este entendimento, essas reações podem estar sendo refletidas na redução da camada de ozônio em nossa atmosfera, no efeito estufa e no fenômeno "el niño". Os verdes surgiram nas eleições de 1983 da Alemanha, com uma proposta de ecologia social contra o consumismo provocado pela alienação das
linhas de produção. Suas propostas visam a descentralização para o ativismo ambiental, a reação pacífica, a melhora na distribuição social da renda e uma conduta ética em relação ao meio ambiente (need not greed, ou seja, uma economia verde voltada para as necessidades e não para o lucro). Foi também nesse ano que a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos realizou o primeiro estudo consistente sobre o aquecimento global, o assunto que se tornaria a maior obsessão de organizações não governamentais e governos a partir da década de 90. Complementando a amostragem, surgem na atualidade os eco-tecnicistas, cuja visão
reducionista, otimista e imobilista, acredita na solução dos problemas
ambientais através do desenvolvimento científico e da introdução de novas
técnicas. Com uma retórica positivista, incorrem numa visão fragmentada
e tecnicista, sem visão aprofundada do sentido holístico e ecológico da
natureza.

Neste meio tempo, foi criado o Jardim Botânico de Brasília, exatamente no epicentro da história da preservação na segunda metade do século, pouco antes do maior encontro ambiental realizado pela ONU: em 1985, grupos de pesquisadores e ambientalistas impulsionaram a reserva de uma área na capital do Brasil, um jardim ecológico feito de Cerrado, destinado a pesquisa e contemplação. Pouco depois, em junho de 1992, o país entrou definitivamente para a história do ambientalismo. Na Eco92, como é conhecida a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, discutiu-se biodiversidade, desertificação e mudanças climáticas. Surgiu ali também a Agenda 21, e o compromisso para que cada país elabore seu próprio plano de preservação do meio ambiente.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a ECO 92, resultou em uma série de convenções, acordos e protocolos. Alguns destes não foram efetivados pelos países signatários, como o Protocolo de Kyoto. Na ocasião, 181 países concluíram ser necessária a redução da emissão de gases poluentes que contribuem para aumentar o calor na atmosfera. Como na época os limites não foram estabelecidos, foi marcada uma nova reunião, em 1997, em Kyoto (Japão). O resultado foi o protocolo assinado por 84 países, que atualmente conta com 31 ratificações. No protocolo de Kyoto foi estabelecido o compromisso dos países desenvolvidos de reduzir
em 5% suas emissões até o período de 2008-2010, tomando por base o ano de 1990. O Jardim Botânico de Brasília inaugurou neste período o Bosque Kyoto, com a presença de autoridades representativas dos países signitários e como um símbolo das intenções de redução da emissão de gases.

Tudo sobre Conservação da Biodiversidade - V

Com a pressão do governo da Suécia sobre a ONU, por motivo de um
desastre ecológico da Baía de Minamata, no Japão, realizou-se, em 1972,
a Conferência de Estocolmo, uma reunião internacional sobre o meio
ambiente. Foi a primeira grande reunião intergovernamental para discutir
o assunto. No fim da Conferência surgiu o Programa de Meio Ambiente da
ONU e 113 nações se comprometeram a resolver seus problemas locais – a
Suécia, por exemplo, começou a agir contra a chuva ácida e o Japão iniciou
um programa de despoluição de sua costa. A partir desta apareceram mais
duas correntes do pensamento ambientalista: os zeristas e os marxistas.
Os zeristas, com as armas fornecidas pelo relatório de Meadows sobre os
Limites do Crescimento, propunham o crescimento zero para a economia
mundial respaldados em projeções computacionais sobre o crescimento
exponencial da população e do capital industrial, resultando em ciclos
negativos representados pelo esgotamento dos recursos naturais, poluição
ambiental e a fome. Assim previam o caos mundial em menos de quatro
gerações.


Já os marxistas, embasados na contribuição no mesmo ano de Goldsmith
et alii e o Manifesto pela Sobrevivência, atribuíam a culpa ao sistema
capitalista e ao consumismo da ideologia do supérfluo, provocando
a banalização das necessidades e a pressão irresponsável sobre o
meio ambiente, obtendo como subproduto do crescimento industrial a
degradação ambiental. Os marxistas franceses à mesma época propõem
a mudança do modo de produção e consumo, fundamentados em uma
ecologia com ótica socialista, que abandone a produção de gadgets
(baseada no excesso) pela produção de bens necessários, transformando
o trabalho árduo em trabalho criador, reduzindo este para aumentar o
lazer cultural e a relação ecológica do homem com o meio ambiente.
Os ecologistas mais radicais se inspiram no livro Gaia, publicado em 1979
pelo cientista James Lovelock, que descreve o planeta como um organismo
único, em que cada ser vivo é tão importante quanto qualquer outro. Com
uma visão universal e baseados em uma compreensão ecológica do planeta,
os fundamentalistas deixam de lado o antropocentrismo em nome de uma
interpretação ecocêntrica, vendo a Terra como um enorme organismo
vivo, parte de outro universal e maior, onde o homem é uma das formas
de vida existente, não possuindo assim qualquer direito de ameaçar a
sobrevivência de outras criaturas ou o equilíbrio ecológico do organismo.

Tudo sobre Conservação da Biodiversidade - IV

Mas a ecologia só ganhou mesmo espaço nos jornais e editoras a partir da década de 60. O livro que estava na cabeceira dessa nova geração era Primavera Silenciosa, lançado em 1962 por outra americana, a bióloga marinha Rachel Carson. Nele, ela provava que pesticidas e inseticidas, antes considerados uma solução milagrosa para a agricultura, estavam envenenando todo o meio ambiente, solo, águas e animais. Com um texto apaixonado, ela argumentava que, com a morte dos insetos por causa da intoxicação da água, as aves não teriam mais alimento e também morreriam. O presidente John F. Kennedy mandou investigar as acusações de Rachel e, em 1972, vários produtos químicos usados nos inseticidas, como o DDT, foram banidos. Sucesso de vendas, Primavera Silenciosa ensinou às pessoas comuns que o ser humano é capaz de provocar sérios danos ao ambiente. A partir do livro de Rachel, ficou impossível ignorar o problema da preservação do planeta. No decorrer da década de 70, alguns grupos ambientalistas começaram a se dividir em facções. As menos radicais defendiam a exploração dos recursos com bom senso, para que eles não acabem tão cedo. Em 1971, surgiram os dois primeiros grandes grupos ambientalistas civis, o Greenpeace e o
Friends of Earth.

Tudo sobre Conservação da Biodiversidade - III


Nova York garantiu a construção e preservação do Central Park em 1873. Em 1892, o naturalista escocês John Muir criou, em São Francisco, o Sierra Club, o primeiro grupo ambientalista da história. Graças aos esforços de Muir, em 1890 o governo americano inaugurou um dos primeiros parques nacionais do mundo, o Yosemite National Park, na Califórnia. Nos anos seguintes, Austrália, Nova Zelândia e Canadá seguiram
o exemplo. Também nessa época começaram a surgir os grandes parques dentro das metrópoles. Em 1913, o zoólogo americano William Hornaday escreveu ‘’Our Vanishing Wildlife (“Nossa Vida Selvagem Desaparecida”), chamando atenção para o risco da extinção de espécies animais por causa da ação humana. Isso um ano antes de Martha, a única espécime de pombo-passageiro viva no mundo, morrer no zoológico de Cincinnati, nos Estados Unidos: a espécie fora destruída pela caça e domesticação forçada. Na mesma época, grupos de cidadãos se organizaram em todo o mundo para pedir a preservação do bisão, que parecia seguir pelo mesmo caminho. Duas guerras mundiais e um período de depressão econômica entre elas desaceleraram o processo ecológico – até 1949, quando surgiu o livro mais importante da história do conservacionismo. O Sandy County Almanac (“O almanaque de Sandy County”), do ambientalista Aldo Leopold, defende uma “ética da terra” e estabelece regras para o convívio saudável do homem com a natureza. A principal delas: “Uma coisa é certa quando tende a preservar a integridade, a estabilidade e a beleza da comunidade biótica. Caso contrário, é errada”.

Tudo sobre Conservação da Biodiversidade - II

Nem sempre a literatura e a filosofia ampararam primordialmente a questão preservacionista. A melhor das intenções destes ícones do pensamento mundial eventualmente resultou em um equívoco interpretativo. Em 1692, o filósofo inglês Francis Bacon escreveu a favor do domínio total da nossa espécie sobre o planeta: “Se o homem fosse retirado do mundo, todo o resto da natureza pareceria extraviado, sem objetivo ou propósito”.


Em 1728, o compositor inglês William Byrd
afirmou que os macacos e os papagaios foram criados com o único objetivo e “oferecer contentamento ao homem’’. Com o passar do tempo, as primeiras pesquisas de anatomia animal mostraram que, muito além de prover o contetamento humano, destas espécies dependia a sobrevivência de inúmeras outras que integravam um equilíbrio global, inclusive a espécie humana. O cenário só mudou a partir do século 18, quando a Revolução Industrial inglesa começou a degradar as terras européias. No começo, a ecologia foi um movimento conceitual, que só inspirava uma minoria letrada. Em 1791,
o naturalista americano William Bartram publicou o influente Travels, relato de uma viagem de cinco anos da Flórida até o Mississippi, em que catalogou todas as espécies animais que encontrou pelo caminho. No fim do século 18, o poeta britânico William Wordsworth escreveu que a Revolução Industrial era “um ultraje à natureza” e acabaria com o ar puro. Em 1824, o físico francês JeanBaptiste Fourier pela primeira vez defendeu o conceito de efeito estufa – embora não usasse essa expressão. O exemplo pioneiro do imperador francês Napoleão III, que transformou as matas do Bois de Boulogne em parque parisiense, em 1852 foi seguido pelos ambientalistas ocidentais: o maior marco dessa fase intelectualizada do ambientalismo foi Walden, o livro do lingüista americano Henry David Thoreau, publicado em 1854. Durante dois anos, dois meses e dois dias, Thoreau viveu em um bosque às margens do lago Walden,
em Massachusetts. Ali ele passou os dias em contato com a natureza, caminhando, lendo e plantando seu próprio alimento. O livro, que relata essa experiência, provocou grandes caravanas de americanos em busca do lago Walden. Nele, Thoreau lança um dos conceitos -chave do ambientalismo: o de que a natureza tem o direito adquirido de ser mantida do jeito que é. Ainda hoje o escritor é considerado o avô da ecologia – apesar de o termo só ter surgido 12 anos depois, em 1866, quando o
anatomista e zoólogo alemão Ernst August Haeckel defendeu a necessidade
de uma ciência da natureza.

Tudo sobre Conservação da Biodiversidade - I

Há muitos milênios, os governantes da cidade de Ur, na Mesopotâmia,
decretaram que algumas florestas não poderiam mais ser exploradas.
Para os habitantes de Ur, as forças da natureza tinham atributos
trancendentes à compreensão humana e a terra configurava um bem
comum. A vegetação da região, onde hoje é o Iraque, detém ainda os
registros da primeira tentativa histórica de conservação da natureza.
Vários séculos depois, no ano 80 d.C, os romanos começariam uma
discussão que soa bastante atual. Eles determinaram que, nos períodos
de seca, os cidadãos deveriam seguir regras para evitar a poluição da
água. Uma delas era impedir que dejetos fossem jogados nos rios.
A partir de 1600, com a era dos descobrimentos, alguns dos europeus
que visitavam as colônias nas Américas se diziam preocupados com a
exploração sem limite das florestas. Entretanto, eles eram uma minoria sem
força para mudar a política das metrópoles, até porque o uso dos recursos
naturais era justificado por pensadores influentes.